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DESCOBRINDO O SENTIDO DA VIDA: UMA JORNADA HEROICA EM DIREÇÃO A VERDADE DIVINA!

Todos conhecemos a história daquele mítico dialogo entre J.R.R Tolkien e C.S. Lewis, no qual, Tolkien afirmou que “Jesus é um mito”, ao passo que, Lewis estranhou a afirmação, já que vinha de um Católico devoto a muito empenhado em “ilustrar” os temas presentes na Bíblia Sagrada, dentro de sua obra. Mais tarde, o próprio autor de O Senhor dos Anéis, em uma carta para seu filho, Michael Tolkien, voltou a declarar:

“O que os mitos transmitem é de relevância universal. Eles são, para a maioria dos homens e em todas as épocas, uma forma de apreensão de realidades maiores através de representações simbólicas. […] O Evangelho contém um conto mítico, ou um mito em si, que, no entanto, é supremamente verdadeiro. Os Evangelhos narram uma história de um tipo mítico e abrangente, mas é um mito que realmente aconteceu: na Palestina, na época do Governador Pôncio Pilatos.”


Se há algum estranhamento a princípio, após lermos o trecho da carta, se torna bastante evidente que Tolkien usou a palavra “mito”, não no sentido de ficção (já que a denominação correta para este sentido seria lenda), mas sim, visando seu significado real: “uma narrativa primordial que embasa determinada doutrina”. Dizer que tal e qual narrativa são mitos, não necessariamente implica que estes sejam verdadeiros ou falsos, mas, apenas que são narrativas bases de alguma doutrina!
Como escritor, ele afirmou que, assim como Deus é O Criador, também o homem é aquilo que chamou de “sub-criador”. Ora, se fomos criados “a imagem e semelhança de Deus” (GÊNESIS 1:27) é certo que herdamos Dele uma “natureza criadora” através de nosso (Seu) espírito, basta olharmos para os efêmeros mundos criados em nossos sonhos para percebermos tal capacidade. Semelhantemente, Nikolai Berdyaev, um filósofo russo do século XX também disse algo semelhante em seu livro, “O SIGNIFICADO DO ATO CRIATIVO” (Smyisl tvorchestva – Смысл творчества):

“A verdadeira realização do homem está em sua capacidade de criar, em sua vocação para ser um co-criador com Deus. O homem não é meramente uma criatura do mundo, mas um criador, um ser capaz de transcender a realidade existente e trazer à luz novas formas de existência.”


É por isso que contamos histórias, que escrevemos livros, devido a natureza sub-criadora Divina em nós. Trazemos a existência nossos próprios mundos regidos por suas próprias regras, personagens e adversidades e, observando-os atentamente a luz deste pensamento, há de se questionar: até que ponto podemos dizer que são mera ficção e não uma realidade que se manifestou em um mundo secundário?
Se escrevemos histórias porque somos a imagem e semelhança de Deus, isso significa que também Ele, é um Escritor, na verdade, o maior Escritor que já existiu. A diferença entre Criador e criatura, quanto ao ato de escrever, reside no fato de que, assim como afirmou Tolkien, quando um homem escreve uma história, esta, apenas se torna uma realidade num mundo secundário, um mundo que se apresenta dentro de nossa mente e espírito, mas, quando se trata de Deus, as histórias escritas por Ele se tornam realidade no Mundo Primário, isto é, aquilo que o Maior Escritor escreve, não se manifesta apenas em Sua Mente, num tipo de “pré existência”, mas escapa para a realidade deste mundo. Não por acaso, a maior História jamais escrita pertence unicamente a Ele, e é a de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Da mesma forma, não é de se estranhar que este argumento tenha se tornado o mito da conversão de Lewis, de um ateu perdido, a um Cristão e grande escritor, não só dentro da alta fantasia (onde apresentou muitas alegorias ao Cristianismo), como também, dentro da própria literatura Cristã em si. O Mito de Cristo compõe o prólogo e plano de fundo de um livro chamado Cristianismo, no qual, toda a Cristandade têm atuado como personagens. Não se trata de um capítulo apenas na história da criação, mas um livro fechado com começo, meio e fim, onde cada Cristão (verdadeiro) compõe um capítulo da narrativa (2 CORÍNTIOS 3:2-3), nela, microcosmo e macrocosmo simplesmente convergem para uma mesma narrativa e destino final, neste formidável livro que é apenas um em uma grande biblioteca Divina.


a V. Anjos scriptum

ATENÇÃO: este ensaio ainda é uma versão “preliminar” e, com certeza, sofrerá diversas revisões e correções!

O NASCIMENTO DO PEREGRINO


ATOS 2:41: “De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas.” (Almeida Corrigida Fiel)

A heroica jornada da alma humana tem início quando “descemos de Deus” (GÊNESIS 2:7) para habitar num corpo físico, e este se torna nosso “mundo comum”. A nova casa (templo – 1 CORÍNTIOS 6:19) de nosso espírito logo se torna nosso primeiro “interesse” (Camada I) e, tal como cada um de nós, o Próprio Deus percorreu este mesmo trajeto quando se fez carne e habitou em Jesus Cristo, descendo ao mundo Judaico, Seu primeiro interesse e, depois, se sacrificando para salvar seus filhos do sofrimento e da morte. Assim como um recém-nascido, gasta seu tempo em busca de entender a própria constituição física, também Cristo, gastou Suas primeiras páginas buscando conhecer o mundo a Sua volta, procurando por sinais de fé verdadeira (MATEUS 8:10). Dentro da Microjornada individual a constituição física continuará sempre presente na personalidade, ainda que não seja mais o foco principal – tal como o porte físico pode exercer algum peso no comportamento de um indivíduo, talvez até de maneira negativa, levando-o a crer ser superior aos outros – por exemplo, o próprio apóstolo Pedro continua muito presente dentro da Macrojornada Cristã, por ter sido aquele, a quem Cristo revelou a verdadeira pedra, sobre qual, Ele edificaria as bases desta história, Sua Palavra – algumas instituições interpretam o próprio Pedro como sendo tal Pedra Angular (o “suposto” primeiro papa), o que adiciona uma camada distinta a “personalidade da doutrina”.

Com “MICROJORNADA”, me refiro as etapas de nossa vida, mais especificamente, estou falando sobre a teoria das doze camadas da personalidade cunhada por OLAVO DE CARVALHO.

Com “MACROJORNADA”, estou me referindo A JORNADA DO HERÓI, um arquétipo de narrativa descrito pelo mitólogo JOSEPH CAMPBELL, em seu livro, O HERÓI DAS MIL FACES, como um tipo de “monomito”, uma “estrutura base” que está presente na maioria dos mitos antigos. Em sua versão original, a Jornada do Herói possuí dezessete etapas, mas, posteriormente, CHRISTOPHER VOGLER, em seu livro, THE WRITER’S JOURNEY: MYTHIC STRUCTURE FOR WRITERS (A Jornada do Escritor: Estruturas Míticas para Escritores), simplificou para apenas doze etapas, esta versão é a base de muitos livros ou filmes populares.


UM CHAMADO DIVINO

Após se habituar ao corpo físico, a etapa seguinte será aprender sobre si mesmo através das experiências oferecidas pelos sentidos (do corpo), é o momento de conhecer os próprios gostos, alguns dos quais acompanharão o indivíduo para o resto da vida. Muitos destes gostos que vêm desde a infância, indo da predileção por determinada comida e repulsa por outra, por exemplo, até as vocações para a vida, podem, na verdade, ser encarados como um tipo de “instinto” inconsciente (Camada II), algo que se herda dos pais, e que também terão peso na microjornada.

GÊNESIS 4:21 – “E o nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e órgão. 22 E Zilá também deu à luz a Tubalcaim, mestre de toda obra de cobre e ferro; e a irmã de Tubalcaim foi Naamá.” (Almeida Corrigida e Fiel)

Os apóstolos Pedro, André, Tiago e João, foram achados primeiramente no mundo comum como pescadores, e fica claro que este “gosto pessoal” teria ainda peso em seu caminho, quando vemos Jesus Cristo os convidando a continuar sendo pescadores, mas, desta vez, não de peixes, e sim de homens (MATEUS 4:18-19; MARCOS 1:16-17; LUCAS 5:10), “pescando-os/arrebatando-os a participarem da macrojornada”.
Por outro lado, frequentemente, alguns tomam as mesmas atitudes (sem perceber) que seus pais (ou antepassados) em determinadas situações (é a isso que se chama “herdar um espírito”. Por exemplo: um pai adultero pode passar um “espírito de adultério” para seu filho, assim como lembranças, e estas, não vêm de vidas passadas, mas sim dos próprios antepassados em si, são o que a ciência chamou de memórias sanguíneas – talvez seja por isso que temos tantos Napoleões e Cleópatras “assumidamente reencarnados”). Tantas influências passadas através das gerações acabam gerando o risco do indivíduo simplesmente ser engolidos por uma “egrégora subconsciente”, tal como ocorreu com o próprio Saulo de Tarso quando perseguiu os primeiros Cristãos (ATOS 9:1-2; ATOS 7:58, ATOS 8:1). Mas, eis que o chamado Divino a aventura lhe veio ao coração (ATOS 9:3-6; ATOS 9:17-18) e, após sua conversão de Saulo a Paulo, definindo quem realmente era, ele se tornou, não só um apóstolo, como também um profeta levantado por Deus aos gentios, convidando-os a mesma aventura ainda na primeira era, a Era de Éfeso (55-170).


A RECUSA DO CHAMADO

A microjornada segue em frente, direcionando o interesse de si mesmo, agora para o mundo exterior. Esta é a “faze dos por quês” das crianças e aquilo que cada um aprenderá (Camada III), certamente moldará a base sobre a qual cada personagem atuará em toda em sua microjornada. Valores, ideias, tudo isso virá fundamentalmente das respostas que obtêm-se dos próprios pais, elas serão o prisma para julgar todo o mundo comum e apenas mudarão (na vida adulta) se esta mudança partir conscientemente do próprio indivíduo, ao se defrontar com a macrojornada – aqui é onde se apresenta um grande problema dos tempos modernos: basta pensar no tipo de pais que não cria os próprios filhos, que, em vez de lhes transmitir bons valores, conselhos e explicações sobre o mundo ao seu redor, os deixa a mercê de todo a sujeira que entra pelo celular através da internet e dos “influêncers”, gerando uma visão totalmente deturpada do mundo, desconectada da realidade em tantos aspectos que chega a criar uma alternativa individual que culmina na recusa da própria realidade – esta negligência em se produzir virtude, não apenas leva ao sofrimento pela ignorância, como também acaba gerando seu oposto: o vício (vício, não no sentido de vício em entorpecentes, por exemplo, mas no sentido de amoralidade, o oposto a uma virtude).
Apesar de ricos em “moralidade religiosa”, o vício do status levou os primogênitos que eram contemporâneos de Cristo (e as gerações futuras também) a não reconhecê-Lo como Messias, portanto, recusaram Seu chamado (JOÃO 1:11) e condenaram-No a crucificação, algo que Ele aceitou de braços abertos e alterou tanto a micro, quanto a macrojornada de toda a Cristandade.

O caminho evoluí agora da infância em direção a adolescência:


OS MENTORES

A evolução natural da microjornada leva cada um a se tornar mais consciente de sua relação com outros indivíduos, neste caso, a relação inicial se dará com a própria família e se tornará o molde para as relações futuras (Camada IV), é com ela que se aprende o “convívio social”, por assim dizer. Após definir “o que é o mundo ao seu redor”, o comportamento seguinte é o de definir (aprofundar) no que, de fato, é um relacionamento com outro ser humano. Uma interação saudável decidirá se “a necessidade de afeto” será suprida, fazendo-a desaparecer (no futuro). Seria então, na verdade, nesta etapa da jornada, em que as descobertas de SIGMOND FREUD estariam situadas, já que ele observou atentamente que muitos traumas eram causados pelo “desenvolvimento sexual” inadequado, ainda na infância. Segundo Freud, “o primeiro desejo sexual da filha, é direcionado ao pai, enquanto que, o primeiro desejo do filho, é direcionado a mãe” – “o filho quer casar com a mãe” – então, o que acontece se esta etapa em que as crianças se voltam a descoberta dos relacionamentos for negligenciada?
São estes primeiros desejos, quando mal resolvidos, que acabam gerando uma busca incansável pelo “amor eros”, isto é, por nada ter sido colocado no devido lugar durante a infância/adolescência, é que a busca se torna incansável, pois a convivência baseada em concessão não foi aprendida, o que há em seu lugar é uma necessidade interminável de atenção. A maioria dos personagens desta macrojornada se estagnam aqui, num tipo de complexo de Édipo em busca de preenchimento do vazio. O que também tornará impossível a compreensão plena das próximas etapas da microjornada e, mais ainda, da macro. Ainda que uma compreensão superficial lhes permita “emular” algo, mas, se até a plena superação dos desafios de cada etapa pode se dar de modo deturpado, quanto mais equivocada não seria essa “emulação” dos valores superiores?
Os mentores na macrojornada são, sem dúvida, os chamados Pais da Igreja Primitiva, em especial, IRINEU DE LYON (c. 130-202), que fora discípulo de Policarpo que, por sua vez, aprendeu com o próprio apóstolo João, Durante a Era de Esminar (170-312) ele combateu este desenvolvimento deturpado da relação entre Cristãos e Cristo que se apresentou na forma do gnosticismo, em seu livro, CONTRA AS HERESIAS (Adversus Haereses).

APOCALIPSE 2:7: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus.”


PRECIPITAÇÃO INDIVIDUAL

Após superar a necessidade do afeto, a microjornada se volta a individualidade. É o momento em que se busca mostrar alguma independência, comumente é a faze da rebeldia adolescente, onde se quer mostrar força, talvez ganhando uma discussão contra os pais, ou seja, mostrando independência dos mentores (Camada V), já que a maioria se sente inferior neste ponto (ou ainda, sendo bom num esporte, por exemplo). Buscando desafiar a autoridade, procura-se apoio e aceitação externa, mesmo que, para isso, precise cruzar algum limiar.
Nesta etapa da macrojornada, chamada de Era de Pérgamo (312-608), MARTIN DE TOURS (c. 316/317-397) depôs suas armas e abandonou o exército romano – “Eu sou soldado de Cristo, não posso mais lutar” – sendo levantado como profeta, ele combateu a rebeldia adolescente de um povo que retornava ao paganismo (de onde Deus os houvera tirado em primeiro lugar) e afirmou uma independência, não nos moldes de um adolescente que rejeita a autoridade paterna, mas a independência do pensamento mundano, servindo apenas Deus. “Tolle, lege” – bradou o Senhor também a Santo Agostinho (354-430), “toma e lê” de modo a afirmar a dependência única de Deus!


NÃO HÁ MAIS VOLTA

Superada a “necessidade de que os outros gostem de você” e o teste da própria força, agora no início da faze adulta, entra-se na “necessidade de mostrar resultado, não necessariamente para os outros e sim no contexto da própria microjornada” (quando bem encaminhada). Depois de descobrir o mundo e provar que é capaz, é chegada a hora de obter algum lucro do mundo através das capacidades adquiridas – “é hora de dominar o mundo” – esta é a etapa em que normalmente começa-se a trabalhar para ganhar dinheiro (combatendo o medo da incapacidade) e a bancar hobbies e/ou desejos. Talvez seja a estagnação aqui, num desenrolar errôneo desta etapa, que os avarentos sejam produzidos.
Se a busca por individualidade e autoafirmação da etapa anterior for mal direcionada (devido má resolução das bases familiares e, portanto, gerando o desejo por desafiá-la “encontrando uma nova família”), esta será alimentada pela tolice da adolescência, e nos levará renegam as raízes (tradicionais), e a adotar crenças e valores “estrangeiros” meramente para contrariarem as bases familiares (ou por serem “exóticos” – assim como ocorre hoje em dia).

1 CORÍNTIOS 16:9 – “Porque uma porta grande e oportuna se me abriu, e há muitos adversários.” (Almeida Revista e Atualizada)

Foram tais comportamentos que geraram, dentro da macrojornada, uma crescente onda de heresias na Escócia, ao passo, que SÃO COLUMBA (521-597) fora levantando como profeta para combatê-las fervorosamente (segundo consta no livro ATOS DE SÃO COLUMBA) durante a Era Negra de Tiatira (606-1520).
Este, dentro da micro e da macrojornadas, certamente, é um momento marcado por provas, amigos e inimigos, e ninguém personifica isso melhor que São Columba, ainda que seja uma etapa que deva ser superada, isto é, a noção da necessidade do “poder” (Camada VI) tem sua utilidade mas, precisa ser transcendida em algum momento para a própria evolução. Após transcender para a próxima etapa, não deve acontecer como resultado, se tornará alguém que não vê mais necessidade no poder, ou no dinheiro, imagine-se desistindo de trabalhar tendo uma família para alimentar. Não se trata de abandonar os valores anteriores para a elevação, mas da compreensão de que isso não é tudo o que existe, ainda há coisas mais importantes do que apenas obter lucro!


 O MITO DA CAVERNA

A microjornada segue sempre adiante e, após “obter lucros” e notar como isso afeta o mundo ao redor, um indivíduo consciente notará que existem outras pessoas ao seu redor, pessoas que têm as mesmas necessidades e dificuldades, ele perceberá que aquilo que tem feito ou deixado de fazer afeta o próximo, por exemplo: “se não for trabalhar hoje, não apenas o lucro deste trabalho se perderá, como também aqueles que dependem de minha atuação sofrerão com uma carga de trabalho maior ou até a completa incapacidade de desempenharem seus papéis”. O simples fato de se imaginar a possibilidade já seria desconcertante para qualquer um que alcança tal nível,de modo que, o oposto desta evolução não seria outra coisa senão o egoísmo e a indiferença – meras deturpações/deficiências ao se transcender o próprio ego.
O entendimento do mundo comum, de si mesmo e, em seguida o chamado:

MATEUS 9:9 – “E, passando Jesus adiante, viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria, e disse-lhe: 'Segue-me.' E ele se levantou e o seguiu.” (Almeida Revista e Corrigida)

As adversidades da microjornada diante da luta por “sobrevivência”, todas estas etapas convergem para uma noção de sociedade (Camada VIII) em seu mais profundo significado:

MATEUS 9:13 – "'E, de fato, eu não vim para chamar justos, mas pecadores ao arrependimento.'" (Almeida Revista e Corrigida)

Torna-se impossível “sair de uma caverna e não tentar libertar outros” – é aqui onde começa a caridade e se torna evidente a diferença entre uma vida espiritual verdadeira e uma “emulação” (ou sua deturpação, chamada avareza).

Dentro do famoso Mito da Caverna, descrito por Platão, encontramos algumas pessoas que estão, desde o nascimento, acorrentadas dentro de uma caverna, de costas para a saída e com uma rocha sólida a sua frente; lá fora, a pouca distância da saída da caverna, há uma fogueira, por onde pessoas passam entre a mesma fogueira e a entrada da caverna, toda esta movimentação gera sombras peculiares diante dos olhos dos prisioneiros que, por conhecerem apenas esta “realidade”, pensam que esta é a verdadeira natureza da criação. Em dado momento, um dos prisioneiros consegue se libertar e sair da caverna, certamente foi um grande choque perceber que seu mundo comum não era nada além de uma sombra distorcida da realidade e, tendo a noção da caridade para com a (sua) sociedade (Camada VII), o escapista resolve voltar e contar aos companheiros como o mundo é na realidade. Não é preciso dizer que nenhum deles deu crédito a sua “pregação”, taxaram-no de louco e preferiram continuar com sua “tradição”.

Nos séculos finais da extensa Era Negra de Tiatira, a Cristandade jazia prez numa caverna (religiosa). Esta era uma caverna diferente da de Platão, muito mais profunda, ela afundava em direção ao próprio lúcifer, e possuía nove círculos infernais repletos de tormentos e demônios que se regozijavam com a agonia humana, ou assim imaginou DANTE ALIGHIERE (1265-1321) quando refletiu sobre o que causaria a humanidade a permanência nesta caverna.
Se Dante imaginou as consequências de se permanecer na caverna, em seu épico, A DIVINA COMÉDIA, foi JOHN WYCLIFFE (c. 1320s-1384), e seus “seguidores”, aqueles que efetivamente encontraram o mundo além do engano:

…até por volta do ano de 1300, a Bíblia Sagrada (uma posse exclusiva da Igreja Católica) fora veiculada apenas em Latim, numa tradução (vertida por São Jerônimo) de mil anos, de modo que, apenas os clérigos da igreja conheciam o idioma, portanto, eram os únicos a lerem e a ensinarem as pessoas sobre as Escrituras. Foi então que John Wycliffe, tendo acesso aos manuscritos originais em grego e aramaico, percebeu que aquilo que os sacerdotes diziam as pessoas (retirados da versão em latim) divergiam das versões originais, então, ele mesmo iniciou sua tradução para o inglês, mas, o que ele começou, apenas seria terminado em 1526, com os esforços de WILLIAM TYNDALE (1494-1536), que finalmente se voltou aos textos originais para sua tradução, e pôde completar uma versão vernacular das Escrituras Sagradas.

Certamente, quaisquer pré-reformadores seriam intensamente perseguidos, e foram acusados de heresia e excomungados da igreja, suas traduções foram proibidas e queimadas, mas, a macrojornada está sob o controle de Deus e, fundamentadas tais bases, a Era de Sardes (1579-1750) finalmente teve início e um novo mensageiro (profeta) fora levantado: MARTINHO LUTERO (1483-1546)!
Lutero combateu os equívocos institucionais religiosos e forneceu um empurrão final a Reforma Protestante, a saída do engano religioso. É claro que, muitos se recusara a darem ouvidos a sua mensagem – “um tolo numa sala de cristais” – e, igualmente, o perseguiram e expulsaram-no da igreja durante o Concílio de Worms, em 1521.


A MORTE E O ENCONTRO COM A “VERDADE!”

Antes que a era anterior acabasse, para que pudesse transicionar para a próxima a macrojornada enfrentou um novo período de grande provação: A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), travada entre católicos e protestantes, certamente a microjornada passa pelo mesmo evento (para que possa transicionar da Camada VII para a VIII) e chega ao seu ponto de reflexão mais importante, a primeira etapa para uma vida espiritual realmente profunda. É de um certo conhecimento geral que, de tempos em tempos (mais ou menos a cada dez anos), busca-se reexaminar toda a vida, ideias e valores, e tudo que se tem feito é questionado. Para aqueles que continuaram avançando no desenvolvimento pessoal, é numa dessas reflexões que surgem perguntas como:

– “Estou mesmo agindo corretamente?”

Normalmente, esta reflexão se dará em relação as etapas anteriores: questiona-se o mundo que fora apresentado pelas respostas dos pais, os relacionamentos desenvolvidos através dos mentores, a força própria e, é claro, a motivação de vida. Comumente, isto é, “numa vida tranquila e comum”, tal reflexão teria seu lugar ao redor dos quarenta anos de idade, é por isso que alguns dizem que, “a vida começa aos quarenta”!

Mas, quanto a microjornada, nem sempre, este “desenvolvimento” se dará numa constante de crescimento, como se fossem fazes de um videogame a serem completadas; embora todas as etapas, na verdade, estejam sim sempre presentes num indivíduo, estas, podem ainda não terem sido “resolvidas” e a “ordem de resolução” pode variar entre personagens, ou seja, neste “roteiro”, as etapas/camadas estão dispostas numa ordem (crono)lógica, mas que não são exatamente uma regra na microjornada (embora sejam na macro). Por exemplo, pense em alguém muito jovem, que ainda esteja no desenvolvimento das bases familiares (Camada IV), mas que, por algum revés da vida, passa por uma experiência que lhe “permita experimentar as consequências da morte”, este indivíduo poderia imediatamente transcender os obstáculos da “revelação da mortalidade” sem resolver as questões anteriores – a medida da personalidade é dada pelas interações e ambiente externos, portanto, esta experiência (e resolução) quanto a mortalidade, trará grande mudança a personalidade. Agora perceba também, que o pensamento da morte está em todos (é uma de nossas camadas), embora, para muitos, seja distante, algo a se ignorar devido as prioridades mais urgentes (e fúteis), ou seja, tem pouco ou nenhum peso na personalidade ordinária.
Se o primeiro passo em direção a uma vida espiritual é a percepção da sociedade (Camada VII), o verdadeiro início da jornada é questionar-se quanto ao valor próprio diante da morte e iniciar uma busca pela verdade (Camada VIII). Em muitos casos, a fim de encontrar esta verdade, não apenas, precisa-se entender a mortalidade, como também é preciso experimentá-la, no sentido mais espiritual que se possa conceber:

ATOS 9:3 – “E, indo no caminho, aconteceu que, ao chegar perto de Damasco, subitamente o cercou uma luz do céu. 4 E, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: 'Saulo, Saulo, por que me persegues?' 5 E ele disse: 'Quem és tu, Senhor?' E ele disse: 'Eu sou Jesus, a quem tu persegues.' 6 Mas levanta-te e entra na cidade, e ali te será dito o que te convém fazer.” (Almeida Revista e Corrigida)

Saulo de Tarso, ao ouvir a voz de Cristo, não só se deu conta da morte de muitos Cristãos, como a do próprio Estevão, o primeiro mártir Cristão:

ATOS 7:59 – “E apedrejavam a Estêvão, que, invocando e dizendo: Senhor Jesus, recebe o meu espírito. 60 E, pondo-se de joelhos, clamou em alta voz: Senhor, não lhes impute este pecado. E, dizendo isto, adormeceu.” (Almeida Revista e Corrigida)
ATOS 8:1 – “E, naquele dia, houve uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judeia e de Samaria, exceto os apóstolos.” (Almeida Revista e Corrigida)

Saulo precisou passar pela morte de si mesmo (e ficou cego por três dias), vindo a “renascer” como o apóstolo Paulo. Para muitas pessoas, esta morte trata do abandono de todo o entendimento do mundo obtido desde a infância e aceitação de uma nova realidade espiritual. É notável que a mudança causada pelo peso da culpa dos pecados cometidos seja também um estopim para o nascimento da fé (verdadeira), sem dúvida, trata-se de um chamado ao arrependimento antes do fim (que está bem próximo).


APROFUNDAMENTO NA VERDADE

Após perceber a própria mortalidade e buscar pela Verdade, o passo seguinte na microjornada é desenvolver uma intimidade maior com esta Verdade (Deus), ou seja, alcançar uma compreensão maior (Camada IX) da revelação Divina, o porquê (intelectual, filosófico e espiritual) da macrojornada – “alcançar uma visão mais profunda sobre a verdade do universo”. Todas as outras preocupações ficaram para trás, não há mais a necessidade de elogios ou de lucro, mas a verdade é tudo o que traz sentido a existência ao passo que, a ignorância, trás o sofrimento!
Se, na Era de Sardes, Lutero trouxe a justificação a macrojornada, agora, na Era de Filadélfia (1750-1906), JOHN WESLEY (1703-1791), o profeta levantado por Deus (o relato de sua conversão encontra-se no livro, A JOURNAL OF THE REV. JOHN WESLEY, um diário do próprio profeta) compartilhou a santificação e o aprofundamento da Verdade, complementando a Mensagem de seu predecessor.

* Certamente esta “verdade” a que (EU) me refiro está situada (mais) no campo espiritual mas, para certas pessoas, ela pode se dar em “seus próprios termos”, é claro. Pode ser meramente intelectual ou filosófica, muito embora, nesse caso, poderia se tornar um obstáculo a etapa final de ambas as jornadas.


RELACIONANDO-SE COM A VERDADE

Com o aprofundamento na Verdade (um processo que pode levar anos, tanto na micro, como, de fato, levou na Macrojornada Cristã), surge uma nova reflexão/reavaliação (de vida) a luz de toda Verdade que se têm obtido. Uma reflexão sobre as imoralidades e pecados (Camada X) será a ação natural, de modo que trará o sofrimento (e arrependimento) a autoconsciente diante desta Verdade. Depois, o individuo usará esta mesma analise para se moldar/capacitar a ser um representante da Verdade, e até morrerá por ela, se necessário – certamente, todos os mártires (Cristãos) do mundo ocidental alcançaram, ao menos, esta etapa/convicção (Camada X) e a incorporaram em si mesmos de tal forma, que deram suas vidas!

JOÃO 14:23 – “Respondeu Jesus e disse-lhe: ‘Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada.’”

Inicia-se o processo de trazer a Verdade (Deus) de volta a si mesmo (de onde a humanidade saiu em primeiro lugar), o que gera uma mudança de comportamento ainda maior do que a descoberta da Verdade, esta é a etapa da Santificação.

MATEUS 5:14 – “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; 15 Nem se acende uma candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos os que estão na casa. 16 Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Almeida Revista e Corrigida)


UMA RESSURREIÇÃO, UM LEGADO

Após encontrar a Verdade:

JOÃO 14:6 – “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Almeida Revista e Corrigida)

E julgar a própria microjornada diante Dele, qual seria a próxima etapa?
Surge uma genuína preocupação, não apenas com o próximo (algo que se iniciou na Camada VII), mas com toda a Macrojornada a frente, isto é, com as próximas gerações; surge a necessidade de lhes transmitir esta Verdade e evitar que incorram em erros já conhecidos (Camada XI), seja através de um esforço consciente para ensinar/evangelizar ou um simples exemplo de vida, em ambos os casos, tais ensinamentos serão transmitidos as futuras gerações inicialmente nos termos da Camada III e IV (e se tornará um sofrimento para aqueles que buscam “mudar o mundo”, através de seu testemunho, a falha, ou a percepção da incapacidade, em alcançar esse objetivo!), é por isso que o próprio Jesus, em primeiro lugar, se preocupou em resolver o alinhamento daqueles que se tornariam mentores de toda a Macrojornada e dos pais da Igreja:

JOÃO 21:15 – “Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: ‘Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes?’ Respondeu-lhe: ‘Sim, Senhor, tu sabes que te amo.’ Disse-lhe Jesus: ‘apascenta os meus cordeiros’. 16 Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez: ‘Simão, filho de Jonas, amas-me?’ Respondeu-lhe: ‘Sim, Senhor, tu sabes que te amo.’ Disse-lhe Jesus: ‘Pastoreia as minhas ovelhas’.” (Almeida Revista e Corrigida)

Compreende-se que, nestes versículos Bíblicos, há uma pequena perda de significado, desde a Vulgata Latina, até nossas traduções em português, já que, nestes dois idiomas latinos, não há palavras diferentes para os diferentes tipos de amor. No texto em Grego, Jesus pergunta pela primeira vez:

“…agapas me pleion touton?”

A palavra “agapas”, refere-se ao “amor ágape”, um amor totalmente incondicional e abnegado, e que pode levar ao derradeiro ato auto sacrificial. Mas, Simão responde:

“…sy oidas hoti philo se.”

Sua resposta faz uso do amor “philos” que, de acordo com as interpretações Cristãs, seria um tipo de amor “menos elevado”, um amor fraternal, do tipo que se dispensa a familiares e amigos. Vendo que Simão reluta em desprender o mesmo tipo de amor que Jesus buscava (e que seria necessário para a o avanço da Macrojornada), Ele repete a pergunta:

“…agapas me?”

E novamente, Simão responde:

“…sy oidas hoti philo se.”

Em Sua terceira pergunta, Jesus altera o termo usado, questionando:

“…phileis me?”

Ao passo que Simão confirma:

“Kyrie, sy panta oidas; sy ginoskeis hoti philo se. – Senhor, tu sabes todas as coisas; tu sabes que te amo (com amor phileo).”

Este dialogo não é nada além de um reflexo da preocupação de Jesus com Simão já que, durante A Última Ceia, Cristo disse:

LUCAS 22:31 – “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! 32 Eu, porém, roguei por ti, para que tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, fortalece teus irmãos.”

A afirmação de Jesus nos leva a pensar que, mesmo caminhando ao lado Dele, Simão ainda não havia chegado ao nível de fé e conversão verdadeiros (ainda não havia resolvido as camadas necessárias de sua própria microjornada), é por este motivo que o apóstolo, quando questionado, negou o nome de Jesus por três vezes (MATEUS 26:69-75; MARCOS 14:66-72; LUCAS 22:54-62; JOÃO 18:15-18, 25-27), mas, ainda que tenha vacilado no início da caminhada, Simão eventualmente fora restaurado como Pedro, assim como já havia sido anunciado:

MATEUS 16:17 – “E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus. 18 E eu também te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja; e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. 19 E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” (Almeida Corrigida)

Pedro se tornou um dos líderes da Igreja Primitiva, amplamente referenciado em sua importância pelos Pais da Igreja. Ele, certamente fixou seu “Eu Histórico” (Camada XI) e se tornou um dos mentores da Macrojornada Cristã, uma “autoridade” moldada pela experiência que nos deixou um legado, e este legado não é de caráter “pessoal”, mas possui um Nome sobre todos os outros: Jesus Cristo.


O RETORNO A DEUS

Tanto a Microjornada Cristã, quanto a Macrojornada Cristã, ambas culminam no mesmo objetivo: Deus! Aquele a quem todo ser humano deveria alcançar. Depois de aprender sobre si mesmo, sobre o mundo comum, perceber as próprias habilidades, encontrar aliados e fazer inimigos, se dar conta de que existem outros ao nosso redor, perceber a mortalidade, buscar a Verdade, se relacionar Esta, e depois transmiti-la ao mundo, o passo final não seria menos grandioso do que se apresentar diante de Deus.

2 TIMÓTEO 4:7 – “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei (mantive) a fé.” (Almeida Corrigida Fiel)

Agora a motivação para viver é o próprio Deus, não aquilo que os amigos pensam, nem se o dinheiro será suficiente no fim do mês, o que causa sofrimento, neste ponto, é o simples temor a Deus, e este temor de que se fala, não é o medo da ira Divina, de um castigo (justo), mas sim o medo de decepcionar Deus, de entristecê-Lo com seus atos!

FILIPENSES 1:21 – “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro.” (Almeida Corrigida)

Este é o nível de uma compreensão real da Verdade – Veritas Lux mea – não se trata daqueles que estão apenas à “emulando”, em outras palavras: os FALSOS (religiosos); é perfeitamente possível que uma pessoa frequente ininterruptamente uma igreja (ou qualquer outra religião) durante toda sua vida e, ainda assim, esteja tão longe da Verdade quanto se poderia estar, em um lugar como a busca por relacionamentos mal resolvidos (devido à debilidade dos mentores – Camada IV) e, estando lá, simplesmente será impossível compreender verdadeiramente o objetivo final da micro e da Macrojornada (Deus). Sem o interesse pela Verdade desperto diante da (ciência da) morte (Camada VIII) e o aprofundamento na mesma, isto é, sem o interesse em realmente querer saber “Quem é Deus” (Camada IX), não se poderia, ao fim da vida, se preocupar em decepcioná-Lo ou não!

ATOS 20:24 – “Mas em nada considero a minha vida preciosa para mim mesmo, contanto que eu possa terminar a minha carreira com alegria e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.”
FILIPENSES 3:8 – “Na verdade, também considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugos, para que possa ganhar a Cristo,”

O passo final da microjornada Cristã é presentar a vida (o resultado do teste) diante de Deus, mas, isto, devido ao peso, nem sempre levará a um “final feliz”:

MATEUS 27:3 – “Então Judas, que o traíra, vendo que fora condenado, arrependeu-se e trouxe de volta as trinta peças de prata aos principais sacerdotes e aos anciãos, 4 Dizendo: 'Pequei, traindo sangue inocente.' Mas eles disseram: 'Que nos importa? Isso é contigo. 5 E, lançando para dentro do templo as peças de prata, retirou-se e foi-se enforcar.” (Almeida Corrigida)

Quando se viu diante de Deus, Judas simplesmente não aguentou a vergonha e o peso dos próprios atos. Se a motivação para continuar vivendo na última etapa da microjornada é o próprio Deus, está claro que Judas não tinha mais motivação alguma, pois traíra o próprio Senhor em carne, vindo a tirar a própria vida.

No contexto da Macrojornada, é na última era, a Era de Laodiceia (1906-????), que chegamos também ao mesmo desfecho, o de apresentar toda a Cristandade diante de Deus. Nesta última era (negra), Deus levantou seu sétimo mensageiro aos eleitos, WILLIAM MARRION BRANHAM (1909-1965), que ratificou e completou toda a revelação da Macrojornada Cristã (dentro do livro, UMA EXPOSIÇÃO DAS SETE ERAS DA IGREJA – AN EXPOSITION OF THE SEVN CHURCH AGES – de autoria do próprio profeta). Tal como Paulo, o profeta também teve Deus como sua motivação de vida e, durante o relato de sua visão, em que esteve na Sexta Dimensão (local de espera dos Salvos – comentado no CAPÍTULO XVI – A PIRAMIDE DA CRIAÇÃO), declarou:

BRANHAM, William Marrion: DESDE ENTÃO, 16 de julho de 196o. Parágrafo 263 – “Eu disse: ‘então se São Paulo passar nisto, eu passarei também.’ Eu disse: ‘eu preguei isto exatamente da maneira que ele pregou, sem mudar uma só palavra.’ E então aqueles milhões gritaram: ‘nós sabemos disto e estamos descansados em segurança.’ E mais ou menos naquele momento, eu ouvi uma Voz dizer: ‘Continue seguindo em frente.’ E eu senti a mim mesmo me movendo. Eu disse: ‘eu não preciso voltar, preciso?’ ‘Continue seguindo em frente.’ E eu me virei e olhei para o meu corpo; eu o vi se movendo. Eu estava chegando e num instante eu estava no quarto novamente.”

Ele entregou-nos toda a revelação, a Mensagem do Tempo do Fim, que deve anteceder o batismo do Espirito Santo para o capítulo final deste mundo (comentado no CAPÍTULO X – LEMBRANÇAS PARTE 1 – AS ESTRELAS NO CÉU).

– Está superado o teste deste mundo, a razão de nossa vinda a este “purgatório”!

A Macrojornada Cristã termina e este livro Divino chamado de “Mero Cristianismo”, um “parênteses” no plano Divino para seus filhos, para os Gentios, chega ao seu final arrebatador. Terminada esta “janela de oportunidade”, esta História escrita por Deus, com começo, meio e Fim (que, assim como afirmou Tolkien, quando falou sobre os mitos de Deus, se tornou uma realidade dentro do mundo primário) Deus retornará aos Primogênitos, a fim de completar outro de Grande Livro da Biblioteca Divina.

— Mas, se há um fim para esta história, quando saberemos que ela terminou?

Como Cristãos Continuístas, cremos na revelação do arrebatamento dos santos, um evento que sequer será percebido pelo mundo, ou mesmo, pela igreja denominacional, dada a quantidade “ridícula” de santos verdadeiros, isso quer dizer que, quanto se vir as duas testemunhas pregando a Israel, Moisés e Elias (APOCALIPSE 11:3-12) [Aqui há grande confusão quanto a “quem é Elias”, principalmente quando se fala sobre o “Elias da Mensagem”, alguns até acusariam os discípulos do sétimo profeta de propagar que “este Elias” seria William Branham, mas ISTO É UM ERRO! É verdade que há aqueles que dizem que o profeta ressuscitará e pregará para Israel (será Elias), mas, novamente, isto é um disparate tão abominável, fruto de um analfabetismo funcional e, portanto, de uma má interpretação de sua pregação. Dentro da Mensagem do sétimo profeta, é dito que o ESPIRITO de Elias se manifesta cinco vezes, este ESPIRITO, não é o próprio ser humano que fora Elias, mas sim, o ministério de Elias, digamos, “o mesmo dom”, manifestado no próprio Elias, depois em Eliseu, que pediu “porção dobrada” (2 REIS 2:9), seguindo para João Batista (MATEUS 11:11) e, na nossa era, o mesmo Espirito se manifestou no sétimo profeta, o que significa que também o mesmo Espirito se manifestará a Israel.], e o Messias (Jesus) “for restaurado” (a outro pequeno número) e reconhecido:

APOCALIPSE 7:4 – “E ouvi o número dos que foram selados, cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel.” (Almeida Corrigida Fiel)

O tempo da Cristandade já terá terminado, o livro estará completo e nenhum novo salvo (Cristão) será “produzido”! O que ainda restará, será um pequeno apêndice a ser resolvido, trata-se daqueles que entrarão salvos (porém ainda não batizados com o Espirito Santo, por isso ficaram para trás) e passarão pela Grande Tribulação:

APOCALIPSE 7:14 – “E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.” (Almeida Corrigida e Fiel)


* Ainda que eu tenha dito, anteriormente, que o desconhecimento sobre Deus poderia ser um obstáculo a alcançar esta etapa, isso não é exatamente uma regra (do ponto de vista humano), talvez a inexistência de uma espiritualidade no ser possa sim ser um impedimento, mas, ainda existem exemplos de indivíduos que chegaram a este patamar (muito embora, senja um patamar “mais humano”, e menos espiritual), o de dedicarem o motivo de suas vidas as suas deidades nas mais variadas religiões como, por exemplo, o próprio Sidarta Gautama.

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RECOMENDADOS:

INTRODUÇÃO: ESTE LIVRO É REAL?

A fim de responder, permita-me pegar emprestado (com os devidos créditos, é claro) um trecho do livro, SOBRE HISTÓRIAS DE FADAS , do renomado autor e pai do gênero (literário) de fantasia moderna, J.R.R. TOLKIEN , no qual ele comenta: TOLKIEN , J.R.R. SOBRE HISTÓRIAS DE FADAS . Editora Conrad, São Paulo: 2006. Tradução de Ronald Eduard Kyrmse: Fantasia – Sobre sua legitimidade nada mais farei do que citar um breve trecho de uma carta que certa vez escrevi a um homem que descreveu o mito e a história de fadas como ‘mentiras’. Para ser justo com ele, no entanto, devo dizer que foi bondoso e gentil o bastante para chamar a criação de histórias de fadas de ‘Sussurrar uma mentira através da Prata’. Segundo Tolkien, os mitos não são mentiras, mas sim verdades, são uma maneira de divulgar algumas verdades difíceis de compreender se tratadas mais seriamente ; ele ainda diz que todos somos “subcriadores” , tal qual Deus é O Criador… eu sei… também não entendi tais palavras a princípio, poré...

ONDE NAS ESCRITURAS ESTÁ ESCRITO QUE: “PARA SERMOS SALVOS, PRECISAMOS (OBRIGATORIAMENTE) IR UMA IGREJA”?

MATEUS 16:18  – E eu digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencê-la. Esquecendo, por hora, as “divergências doutrinarias” (se a igreja fora edificada sobre Pedro – do latim, Petrus, ou seja, “pedra” [pedra angular] ou sobre a própria palavra de Jesus Cristo [doutrina protestante]), está claro nas Escrituras que existe sim uma igreja, portanto, a mesma tem suprema importância! A Bíblia ainda nos fala sobre os ofícios que estão presentes (na igreja) em: EFÉSIOS 4:11-12  – E ele designou alguns para apóstolos, outros para  PROFETAS , outros para evangelistas, e outros para  pastores  e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o  corpo de Cristo  seja edificado, Note que temos a menção de pastores, evangelistas e profetas (assim como defende a doutrina Continuísta), não somente isso, como também foi ordem que se fizessem discípulos pelas nações: MATEUS 28:18...